15 de jun. de 2021

É preciso olhar a Amazônia para além das florestas

    A assertiva é de Nara Baré, coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), a primeira a se pronunciar na mesa de abertura virtual do IV Seminário Internacional sobre Povos Tradicionais, Fronteiras e Geopolítica da América Latina: uma Proposta para a Amazônia, ontem, 15 de junho, às 9h55 (horário de Manaus). Ela dividiu a tela de abertura do evento com: Raimundo Nonato Pereira da Silva (Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais - IFCHS/UFAM); Flávia Melo (Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS/UFAM), Maria Helena Ortolán Matos (Departamento de Antropologia - DAN/UFAM); Márcia Perales (Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas – FAPEAM) e José Exequiel Basini (Laboratório de Estudos Panamazônicos - LEPAPIS/UFAM).

   Para Nara Baré, é preciso “olhar a Amazônia para além de florestas, enxergando o ambiente como um todo, mas principalmente nos enxergando, enxergando os povos indígenas, enxergando os povos tradicionais, enxergando os ribeirinhos, enxergando toda uma população que faz com que a Amazônia, perante todos esses desafios, ela continue como está hoje”.

   Em seguida, Márcia Perales, presidenta da FAPEAM, lembrou a importância do evento para a popularização da Ciência e para incentivar as parcerias, a cooperação nacional e internacional.  

    Raimundo Nonato falou sobre a necessidade de se ter um olhar para o futuro e a importância que a iniciação científica tem nessa caminhada. Já Maria Helena Ortolan lembrou que a crise pandêmica da Covid-19 deixou ainda mais evidente “a desigualdade socioeconômica dos povos tradicionais e indígenas, que insistem em manter a pluricidade nos países da América Latina” e que a participação no IV Seminário é uma “obrigação dos que valorizam a diversidade como referência contemporânea de projeto político de constituição do bem viver para todos”.

    Flávia Melo parabenizou as mulheres indígenas pelo protagonismo por agirem de “maneira educadora e resistente aos cuidados e respostas originais, criativas e auto-organizadas à pandemia de Covid-19”, lembrando, também, da importância do espaço de produção de conhecimento forjado no diálogo com povos tradicionais e do engajamento com políticas de resistência.

      Para encerrar a mesa de abertura, o coordenador do evento, José Basini, agradeceu a todos os integrantes da mesa, aos povos tradicionais, “sempre na vanguarda” e “cuidando da vida de todos”, aos convidados, às instituições, à empresa contratada para a produção, divulgação, transmissão e gravação do evento e a todos e todas que participaram e apoiaram o IV Seminário Internacional.

O evento está sendo realizado pelo Laboratório de Estudos Panamazônicos, Práticas de Pesquisa e Intervenção Social (LEPAPIS), do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM); e pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Social (IFCHS) da UFAM, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). É gratuito e destinado a estudantes, professores, lideranças indígenas, ribeirinhas, quilombolas, representantes dos órgãos públicos, organizações não governamentais, sociedade civil interessada e se propõe a debater temas de importância crucial para a Amazônia das próximas décadas.

Todas as mesas-redondas serão disponibilizadas no canal do YouTube do Lepapis: https://bit.ly/3vvUs3d

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